segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Laranja, banana e Marmeladaaaa!!!



Atenção você moreninho, moreninha que esta lendo isso agora! Atenção você loirinha, ruivinha que é hora da promoção! É a feira da eleição.”

            Só tá faltando isso não é? Parece feira! O que o governo pensa que está fazendo? Primeiro, dá o bolsa família, o que vai contra conselhos tão antigos que chegam a ser bíblicos: “Ensine a pescar ao invés de dar o peixe”. Depois inventa de dar a “bolsa racial”... É isso mesmo produçãão???

            Essas cotas universitárias, como são originalmente chamadas, não passam de mais discriminação racial e social. É verdade que nem de longe isso repara todo o sofrimento dos afrodescendentes do passado. Mas a realidade hoje é outra! Isso de distribuir cotas pra quem é negro para entrar na universidade é uma piada de mau gosto. Ou melhor, uma p* sacanagem. É o mesmo que dizer: “pegue aqui uma esmolinha por termos escravizados seus antepassados”. Estão pisando no sangue derramado, na conquista da liberdade lá com a Princesa Isabel! Envergonhando a luta dos negros por seus direitos!

            Ridículo! Mil vezes ridículo! Se virou feira, quero ajuda do governo também, porque não sou branca nem negra... E aí? Eu fico no meio, como é que faz? Se eu me sentir discriminada por ser ‘parda’, posso ganhar algum benefício também? Quem sabe me aposentar aos trinta com salário de senador? É uma pouca vergonha!

            Eu, que não sou negra, se fosse, não aceitaria isso. É preciso entrar quem tem raça! Quem estuda, quem se dedica, QUEM PASSA NO VESTIBULAR! Eu fiz o meu e passei muito bem. Também não tinha grana pra cursinho não! Meu último ano escolar, estudei em uma excelente escola: COMO BOLSISTA! E por essas e outras que defendo que só deve entrar na faculdade quem tem capacidade pra isso. Seja negro (afrodescendente), pardo, ariano. Pobre é pobre e não importa a cor. Se não tem grana pra pagar cursinho, escola particular ou subornar o reitor pode ser até azul, verde ou cor-de-rosa. A cor não faz diferença, nem para melhor, nem para pior. Essa tal: cota é só mais uma forma de dizer que os demais são melhores que os afrodescendentes. Meu avô era negro, não tenho vergonha de dizer. Foi um homem de honra que morreu como militar. Tenho orgulho de ser neta do senhor Oscar Alves. Um negro. Um militar. Um defensor da pátria. Portanto, se alguém estiver pensando que estou criticando essa palhaçada toda porque sou quase branca está muito enganado. Eu defendo o que é certo. Há um princípio constitucional que diz que perante a lei todos somos iguais... Ahhh... É MESMO? Então por que essa discriminação? Por que diferenciar brancos de negros? Se somos todos iguais e a lei é pra todos, o direito/dever de entrar na universidade só mediante concurso de vestibular também deve ser pra todos! Ou então acabe logo com isso e deixa todo mundo entrar. (Será?)

            Meu amigo e colaborador segue essa linha de raciocínio: 

“Ao invés de cortar o mal pela raiz, ou seja, investir maciçamente no ensino básico criam-se cotas. É mais cômodo para o nossos dirigentes, sob o argumento de compensar o passado de absurdos cometidos. E esse compensar, leia-se, através do Ensino Superior e não pela Educação de Base (e de qualidade) como deveria ser. A universidade não deve servir de palanque eleitoreiro, mas sim de produção de ciência.
O governo prima pelo quantitativo em detrimento do qualitativo, querem a todo custo maquiar o abismo em que se encontra ensino público, aumentando-o cada vez mais a partir das suas medidas oportunistas e paliativas que não resolvem a problemática de fato”.
– Leonardo Chaves.

            Não preciso comentar mais nada. A Larissa Medeiros, que me enviou algumas reportagens a respeito do assunto, também discorda da criação dessa cota racial. É sua vez de deixar sua opinião. Comente a matéria e ajude-nos a criar uma verdadeira sociedade livre e democrática, porque essa feira... TÔ FORA!

Michelli Mortari.

2 comentários:

  1. Eu só tenho uma pergunta a fazer àqueles que apoiam esse racismo: como definir que alguém é negro, ou branco? Será que se esqueceram da natureza do nosso país? Será que se esqueceram que nossos descendentes foram tanto europeus e asiáticos, quanto negros e índios?
    Se essas pessoas ouvissem mais o grande Gabriel, O Pensador, esse país seria outro. Pois como ele já dizia:
    "A raiz do meu país era multirracial, tinha índio, branco, amarelo, preto. Nascemos da mistura, então por que o preconceito?"
    É claro, ouvir e por em prática. Tantos problemas que esse país já tem, e criar mais um, aumentando a discriminação?
    É, num país grande como o nosso deve caber mais problemas, né?

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  2. O Brasil é um país de muitas nações. O que falta, é gente querendo de fato resolver os problemas sociais e não apenas tapar o sol com a peneira...

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